Em sua apresentação no VIII Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada, Solange Berstein, especialista de Pensão no Mercado de Trabalho e Divisão de Segurança Social do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), expôs que o envelhecimento da população será um grande desafio para os sistemas previdenciários na América Latina e Caribe.
“Um desafio que custará caro, pois além da população que se aposenta, há 10 milhões de pessoas com mais de 80 anos na região (número que chegará a 45 milhões), sendo mais de três milhões no Brasil, e temos também que enfrentar a questão da saúde. Pessoas com 90 anos gastam, em média, quatro vezes mais do que gastaram em toda a sua vida com saúde”, especificou.
Segundo ela, no Brasil, a População Economicamente Ativa contribui mais para a previdência social do que a média de outros países da América Latina e Caribe, porém, não há frequência. “No Brasil não há uma contribuição regular, pois as pessoas entram e saem do mercado formal e o sistema não distingue quem não contribui e contribuiu”, explica.
Para Solange Berstein, se a previdência social depender somente da contribuição dos trabalhadores formais estará fadada ao déficit. “É preciso desenvolver sistemas que desenvolvam a poupança para que ela seja a mais eficiente possível para cuidar da população futura”, afirmou.
Eduardo Correia, consultor Sênior da Mercer, comentou que a receita básica observada em todos os países do mundo é postergar a idade da aposentadoria, manter as pessoas ativas e aumentar a poupança. “No Brasil o que peca é a sustentabilidade do sistema previdenciário, que representa 13% do PIB, enquanto em outros países é superior a 100% do PIB”, comparou.
Para Luís Eduardo Afonso, professor Associado da Universidade de São Paulo (USP), a reforma da previdência social brasileira em curto prazo terá mecanismos indutores de poupança, obrigatória ou voluntária, e com taxas de reposição próxima a outros países. “E deveríamos incorporar mecanismos ajustáveis, de forma que o sistema tenha mais equilíbrio e não esteja tão sujeito às mudanças demográficas”, defendeu.
Fonte: Revista Cobertura As matérias publicadas compreendem as áreas de Consultoria Atuarial, Previdência Complementar e/ou Planos de Saúde, sendo de responsabilidade de seus autores e não refletindo, necessariamente, a opinião da GAMA Consultores Associados.